7 de julho de 2017

A felicidade do Fidel!

Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa má...
Quem me conhece sabe que barafusto (muito) mas não fico ressentida...
Quem me conhece sabe que não sou de me meter na vida de ninguém...
Saio de casa ás 7h e volto cerca de 19h, não sei do que se passa na vizinhança, porque chego e meto-me em casa!
A maioria dos meus vizinhos não me conhece, nem eu os conheço a eles. Salvo toda a gente com quem me cruzo no prédio, comento do clima ou algum outro assunto banal, mas não passa disso. Fico possuída quando deixam as portas bater de madrugada, fico pois, levanto-me ás 6h, é normal que isso me incomode de noite. Se já barafustei, já, mas nunca abri a porta, nunca chamei a PSP por barulhos, nada! Meto-me na minha vida...sei lá eu se as pessoas tiveram um dia mau e nem se lembram que vivem num prédio e não numa moradia. Eu...saio de manhã carregando o saco do lixo, a mochila do meu filho, as nossas lancheiras, e o miúdo pela mão, se deixo a porta bater? Não, não deixo, mas isso faz parte da minha educação.
Vivo naquele prédio desde 2005, o meu marido encontrou o Fidel em 2007, na rua, todo sujo e cheio de fome. Levou-o para casa na condição de lhe dar um banho e tentar encontrar o seu dono, pois pelos sinais parecia estar perdido, não fugia das pessoas e era meiguinho. Os dias passaram-se o dono não aparecia, no veterinário deram-nos a informação do número do chip, que não se encontrava registado no sistema, e ele foi ficando.
Nunca tivemos coragem de o devolvermos à rua.
Estamos em 2017.
Quem me conhece sabe bem que eu barafusto sempre que o Fidel destrói alguma coisa em casa, ele tem medo de foguetes e trovoada. Nunca lhe bati, e nem assim o mandei para a rua. Deixamos de fazer muita coisa para estarmos sempre em casa à noite, dias de festa em que sabemos haver a possibilidade de haver foguetes não saímos. Só começamos a fazer férias fora em 2015, e nessa altura vamos deixá-lo ao hotel que funciona na Quinta da Curtinha, em Alfena.
Em Setembro de 2013, um dia ao chegar a casa tínhamos uma folha colada na porta da entrada que dizia: "O seu cão ladra muito, não o deixe sozinho"!
Os vizinhos que andavam a fazer a mudança ficaram muito incomodados por o cão ladrar ao sentir gente no patamar, colocaram um pó, que presumo fosse apenas para afugentar o cão da porta da entrada, colocaram-no na soleira exterior e tentaram empurrar para dentro de casa. Barafustei, e não fiz mais nada, devia ter ido apresentar queixa na PSP disseram-me muitas pessoas nessa altura. Nunca tinha tido qualquer queixa/advertência sobre o cão.


No passado sábado fomos jantar fora, coisa que até fazemos muito raramente, quando chegamos tínhamos um recadinho na porta. Perdi as estribeiras...gritei, barafustei, roguei pragas a mim mesmo por ter ido viver para ali. Gritei que dá próxima nem tirava o papel da porta e chamava a PSP.


Ontem tive a surpresa mestra.
Quando cheguei a casa, e porque tinha trovejado, vi uma taça de vidro partida no chão, a fruteira destruída e sangue salpicado pela cozinha e pelo hall. Antes de eu abrir a porta nem o ouvi a ladrar.
Depois enquanto já nervosa por mais uma destruição eu estava a limpar e batem à porta, era a PSP, pedi um momento para segurar o cão e abri a porta, o cão começou a ladrar e como os agentes estavam no patamar deixei o cão na varanda enquanto o agente me fazia algumas perguntas e me identificava.

Voltam hoje com a devida notificação e porque ontem estava demasiado nervosa, e ou eu limpava ou "conversava".
Eu trabalho porque preciso, levo mais de uma hora entre deixar o meu filho na escola e eu chegar ao trabalho e vice versa no final do dia. A vizinha que chamou a PSP deve ser uma pessoa muito feliz por não ter necessidade de trabalhar e passar o dia com o seu cão em casa. E sim o cão dela ladra, ladra como o meu quando sente alguém no patamar, normal, não?! A minha vizinha deve achar que o Fidel fica melhor fechado numa jaula, entregue a um canil

Eu sou feliz por ter a certeza que sempre fiz o melhor pelo Fidel!!!!

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